Dobrar os couros - é um repique lento sequencial e cadenciado que é feito para homenagear visitas ilustres que estão chegando no terreiro, praticamente é o convite para a pessoa entrar. Durante a festa, quando chegam os convidados ou sacerdotes e ogans de outras casas, interrompe-se o toque que está sendo executado para os orixás e dobra-se os couros, após a entrada dos convidados o toque é retomado normalmente. Algumas casas de candomblé não usam dobrar os couros para as visitas, mas a maioria considera isso uma honra. Dobra-se os couros também em outras ocasiões, mas sempre para homenagear.
Nas casas de candomblé bantu Angola e Congo são tocados só com as mãos, não se faz uso dos aguidavis. As Varetas usadas para tocar o Candomblé nos Atabaques, chamam-se Aguidavis. Também se utiliza ainda o Xequerê.
Outros Instrumentos
Agogô
O agogô é um instrumento musical que foi desenvolvido na África, e possivelmente feito pelas tribos Bantu após a sua migração para a África Ocidental. Ele é usado na música nigeriana yorubá, mas suas origens também mostram que o agogô com sinos duplo ou único feito de bronze, também teve uma finalidade prática. O Agogô, tocado para marcar o Candomblé, também de tradição Alaketo, chama-se Gan.
Xequerê
O Xequerê tem sua origem na África há séculos, como um chocalho ou tambor. Eles são feitos com uma cabaça coberta por um trançado de pedras feitas de argila ou miçanga, permitindo que o instrumeto tenha um som único. Alguns Xequerês tem um orificio na parte superior para que possa produzir o som baixo do tambor.
Berimbau
Trazido para o Brasil pelos escravos, o Berimbau é um instrumento de percussão da família dos cordofones. De suposta origem africana, tornou-se conhecido através das manifestações culturais como o samba de roda, candomblé e a capoeira, onde tem a função de marcar o ritmo da luta.
O nome de origem do conhecido arco musical é termo angolano Urucungo. Berimbau é uma palavra brasileira e onomatopéica, que imita o som do instrumento. Porém, também pode ser associado ao nome mbirimbau, vindo do termo Balimbano.
Quissange
Em Angola, este instrumento é chamado quissange, palavra derivada do quimbundo kisanji. Em Moçambique, ele tem o nome de mbira. Noutras partes de África recebe a designação de sanza, likembe e outros nomes ainda. É um instrumento tocado numa grande parte de África ao Sul do Sahara.
Balafon
Com forma de trapézio e um som melódico, ativo e excitante, o Balafon é confeccionado em barras de madeira que produzem notas quando tocadas. As barras são dispostas paralelamente e sob ele coloca-se cabaças de vários tamanhos para criar um sistema de amplificação do som. As barras são feitas de uma madeira dura chamada gouene-yori. Os fios que seguram as barras são feitos de pele de cabra ou cervo, que é mais resistente. O Balafon é tocado em cerimônias festivas em homenagem aos deuses, acompanhado de outros instrumentos.
Cowbell
De origem africana e de nome original “gã”, recebeu o nome de cowbell dado pelos americanos. O Cowbell também é usado no Candomblé como instrumento de marcação.
O cowbell bate-se com uma baqueta na extremidade fechada e na extremidade aberta.
Nomes dos Toques dos Orixás na Nação Ketu
Adabi – Bater para nascer é seu significado. Ritmo sincopado dedicado a Exú.
Adarrum – Ritmo invocatório de todos os Orixás. Rápido, forte e contínuo marcado junto com o Agôgô. Pode ser acompanhado de canto especialmente para Ogum.
Aguere – Em Yorubá significa “lentidão”. Ritmo cadenciado para Oxóssi com andamento mais rápido para Iansã. Quando executado para Iansã é chamado de “quebra-pratos”.
Alujá – Significa orifício ou perfuração. Toque rápido com características guerreiras. É dedicado a Xangô.
Bravum – Dedicado a Oxumaré. Ritmo marcado por golpes fortes do Run.
Huntó ou Runtó – Ritmo de origem Fon executado para Oxumaré. Pode ser executado com cânticos para Obaluaiê e Xangô.
Igbi – Significa Caracol. Execução lenta com batidas fortes. Descreve a viagem de um Ancião. É dedicada a Oxalufã.
Ijesa ou Ijexá – Ritmo cadenciado tocado só com as mãos. É dedicado a Oxum quando sua execução é só instrumental.
Ilu ou Ylu – Termo da língua Yorubá que também significa atabaque ou tambor. Toque para Oyá.
Bata – Batá significa tambor para culto de Egun e Sangô . Ritmo cadenciado especialmente para Xangô. Pode ser tocado para outros Orixás. Tocado com as mãos.
Korin-Ewe – Originário de Irawo, cidade onde é cultuado Ossain na Nigéria. O seu significado é “Canção das Folhas”.
Oguele – Ritmo atribuído a Obá. Executado com cânticos para Ewá.
Opanije – Dedicado a Obaluaiê, Onile e Xapanã. Andamento lento marcado por batidas fortes do Run. Significa “o que mata e come”.
Sató – A sua execução lembra o ritmo Bata com um andamento mais rápido e marcado pelas batidas do Run. Dedicado a Oxumaré ou Nanã. Significa a manifestação de algo sagrado.
Tonibobé – Pedir e adorar com justiça é o seu significado. Tocado para Xangô.
Hamunha ou Avamunha: Toque que servem para saída e recolhimento de filhos e orixás.
Barlavento ou Barravento: Toque de Angola e Congo.
Congo de Ouro: Toque de Angola e Congo.
Muzenza: Toque de Angola e Congo.
Cabula: Toque de Angola e Congo.
Ouça abaixo os tipos de toques de cada Orixá na Nação Ketu:
Exu (Bravum)................
Ogum (Adarrum)............
Ossain (Ijexá)................
Oxossi (Aguere).............
Obaluaê (Opanijé)..........
Xangô (Alujá).................
Oxumarê (Bravum)...........
Nanã (Sato)........................
Iansã (Aguere)..................
Oxum )Ijexá)......................
Iemanjá (Bravum)..............
Obá (Sato).........................
Ewá (Ilu)...........................
Oxalá (Ijexá-Bravum)........