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Cerimônias & Práticas
Cerimônias & Práticas

O Batismo

O batismo umbandista tem duas modalidades:

- o batismo de crianças

No batismo de crianças segue-se um ritual semelhante ao da Igreja Católica, contando com a presença de Entidades Espirituais.

- o batismo do Iniciando

No batismo de Iniciados, geralmente feito nas cachoeiras ou praias, estes são consagrados ao seu Orixá Pessoal ou regente. Este batismo é geralmente chamado de "lavagem de cabeça".

Assim como tantas outras religiões, a Umbanda possui um batismo. Comumente o batismo é entendido como um renascimento, nas palavras do Evangelho de João (João 3:5) onde o indivíduo pelo arrependimento se torna isento dos pecados, passando a viver uma nova vida com Cristo.

Os umbandistas têm claro que não existe pecado, da forma como esse é entendido pela maioria das igrejas cristãs. Ainda que existisse, não seria um simples arrependimento que conduziria ao perdão dos mesmos, afinal Deus é pai, mas também é justo.

Assim, é correto afirmar que todos nós somos imperfeitos, falíveis, e todos praticamos atos condenáveis aos olhos de Deus e da sociedade. Todo ato culpável acarreta um débito e reclama uma reparação. O arrependimento é, sem dúvida, um grande passo para nosso aperfeiçoamento, na medida em que nos prepara para não voltarmos a cometer os mesmos erros, mas a reparação continua sendo devida, pois o erro causa um desequilíbrio na Lei de Harmonia Universal e o equilíbrio tem que ser restabelecido.

Assim não existe batismo redentor, livrando-nos do pecado e nos introduzindo em uma nova vida. Isso é figura de retórica e tem uma boa aceitação, porque conduz ao comodismo, eximindo a tantos da necessidade de resgatar e reparar os erros cometidos.

O batismo na Umbanda possui outra natureza filosófica: quando ministrado a crianças incapazes de manifestar sua vontade, representa uma consagração daquele ser às hostes umbandistas. Como essa decisão não pode ser tomada pelos pais em nome dos filhos, para que seja válido, reclama uma confirmação, tão logo o indivíduo complete vinte e um anos.

Por outro lado, quando ministrado a um adulto, o batismo corresponde a um ato expresso de conversão. Implica num conhecimento relativamente profundo dos princípios que regem a Umbanda e, conseqüentemente, uma aceitação desses princípios como elementos norteadores de conduta em todas as ocasiões da vida.

Na Umbanda, ao aceitar o batismo, o indivíduo está dizendo para si mesmo e para os outros: "conheço a Umbanda e seus princípios e concordo com todos, estou disposto a participar do trabalho empreendido pelos mensageiros da Corrente Astral de Umbanda, na construção de um mundo melhor". Esse é o sentido. A partir daí, as entidades passam a contar com aquele indivíduo de modo mais completo e efetivo, face à evidente opção que ele fez de servir.

É uma cerimônia que deve primar pela simplicidade, sendo realizada numa cachoeira, ou numa praia, onde, sob o comando do dirigente do terreiro, o batizando manifestará expressamente sua concordância com os princípios umbandistas e sua concordância em servir a Deus nas hostes da Umbanda Sagrada, após o que terá sua cabeça colocada sob a água, como forma de selar aquela opção e aquele compromisso.

O Dirigente não deverá estar mediunizado, mas as entidades estarão presentes vibrando sobre aquele que está se batizando e administrando energias renovadoras e vivificantes.

Inúmeras casas determinam que o batizando confeccione uma toalha de batismo, que deverá acompanhá-lo, posteriormente em todos os atos que praticar na Umbanda. De nossa parte entendemos que o ato vale por seu conteúdo implícito, sendo dispensáveis quaisquer exterioridades, contudo nenhum mal existe na confecção da dita toalha ficando a critério do batizando fazê-la, ou não.

Após o batismo que corresponde ao primeiro ato de iniciação nas fileiras umbandistas, o recém-batizado poderá confeccionar sua guia de Oxalá, para usar durante a realização dos trabalhos mediúnicos, daí por diante.

                               

 

                       

 

O ritual de coroação na Umbanda

Falaremos um pouco sobre o ritual da coroação de acordo com a doutrina umbandista, em especial, da forma como o ato é realizado na APEU. A coroação compreende uma demonstração de que o médium alcançou um nível aceitável em seu desenvolvimento, pois a entidade já possui total domínio sobre seus pontos de força (chacras), importantíssimos para um bom trabalho espiritual (não confundir com o médium ser ou não consciente).

Assim, o que o ritual representa é que depois de coroado o médium passa a ter maior responsabilidade, pois está apto a servir de instrumento em consultas com suas entidades. Poderá também participar de trabalhos mais pesados: (desmanches, desobsessões, demandas, entre outros), e ajudar no desenvolvimento de médiuns mais novos na casa. Note que não tem nenhuma relação com formação sacerdotal, mas trata-se apenas, de um novo estágio que a pessoa alcança em sua evolução mediúnica.

Para comprovar isso, no dia da coroação, a entidade mentora daquele médium tem de incorporar e confirmar seu nome (normalmente ela já o fez antes da coroação). Depois revela a falange em que trabalha, risca seu ponto e traduz sua representação, e, se possível, poderá passar também seu ponto cantado. Tudo acontece, diante do mentor da casa, que confirma (ou não) o que foi declarado. Além disso, quando se torna possível, recorre-se ao auxílio de um médium clarividente (com a chamada vidência superior), para firmar seu dom e ver a luz do ponto riscado, informando se o mesmo está correto.
Depois disso, sob um cântico apropriado para a ocasião, o mentor da casa, num ato simbólico, coloca uma coroa preparada com vegetais na cabeça do médium incorporado e todos os presentes saúdam a entidade.
Assim, o médium coroado torna-se apto a participar de determinados trabalhos, que exigem um maior conhecimento e principalmente, um melhor entrelaçamento com suas entidades espirituais, além do total domínio de sua mediunidade, coisa que um médium em desenvolvimento ainda não tem.
Porém é importante que ele tenha consciência de que a humildade deverá prevalecer e que, daquele momento em diante, suas responsabilidades serão aumentadas. Caso contrário, os verdadeiros Guias de Luz se afastam, fazendo com que, em pouco tempo, sua “coroa” perca o brilho, deixando-o à mercê das influências de espíritos imperfeitos que se aproximam dos orgulhosos e vaidosos.

                                                                      

 

Coroação de Ogã

A coroação de Ogã indica que o atabaqueiro (a) passa a ter maior responsabilidade por sua conduta dentro e fora do campo sagrado da Casa.

O ritual se dá sob cânticos apropriados para a ocasião, o mentor da casa é quem abre o ritual e promove a coroação de Ogã.

Assim, o (a) atabaqueiro (a) recebe na coroa (cabeça) um cruzamento que irá promover um melhor entrelaçamento com suas entidades espirituais fortalecendo sua proteção, além do total domínio de sua função. Porém é importante que ele tenha consciência de que a humildade deverá prevalecer e que, daquele momento em diante, suas responsabilidades serão aumentadas. Caso contrário, os verdadeiros Guias de Luz se afastam, fazendo com que, em pouco tempo, sua “coroa” perca o brilho, deixando-o à mercê das influências de espíritos imperfeitos que se aproximam dos orgulhosos e vaidosos.

 

                

 

O Casamento

Em exemplo do que acontece na quase totalidade das religiões existentes no planeta, embora poucos saibam disso, a Umbanda também possui o seu ritual ou cerimônia de casamento. Não poderia ser diferente, pois o fato de tantas visões religiosas entenderem o casamento como um sacramento decorre da importância que ele possui na estrutura social do planeta. Não se pense apenas na função reprodutiva tendente a perpetuar a espécie, pois que para isso não é necessário o casamento, afinal os animais se reproduzem todos os dias sem precisarem se casar, embora algumas espécies – mais evoluídas que alguns humanos – permaneçam com o mesmo parceiro ou parceira pela vida inteira.

Deve-se pensar na necessidade de estruturação familiar que permita aos descendentes desfrutarem de um referencial seguro de sua condição humana, através do convívio com um pai e uma mãe que se amem e que saibam fazer do amor o ponto de partida e de chegada para todas as demandas da vida.

Essa função do casamento que, sem dúvida o torna importantíssimo na senda evolutiva, tanto dos cônjuges, quanto de seus descendentes, tem por si só o condão de torná-lo um sacramento, principalmente para os padrões de uma religião que se fundamente na evolução constante e na necessidade de aprimoramento pelo amor e pela caridade.

A cerimônia de casamento é bastante simples, como, aliás, devem ser todas as cerimônias na Umbanda. Falando sobre casamento em sua obra Fundamentos de umbanda, Omolubá afirma o seguinte:

A  cerimônia do casamento tem lugar diante do sacerdote de Umbanda, devidamente sacramentado, o qual abençoa os nubentes que se escolheram mutuamente, vindo, portanto, obter o beneplácito do religioso, através desta solenidade.

O sacerdote declara aos noivos que a partir daí são responsáveis ante o poder religioso e social e que, dessa união advém o dever moral a que ficaram submissos, bem como as virtudes que decorrerem desse ato, tais como: fidelidade, companheirismo, respeito, tolerância, amor e tudo quanto possa resultar de fortalecimento, de bom e útil desta jornada que ambos intentam.

“Na Umbanda só é exercido o Sacramento do Casamento, quando os nubentes estão em plena concordância com as leis do país.” (OMOLUBÁ, 2004: p. 105)

Essa visão apresenta várias facetas do casamento umbandista, que merecem ser comentadas:

Em primeiro lugar, ele afirma que a cerimônia tem lugar diante do sacerdote de Umbanda. Ora, muitas casas não adotam a figura do sacerdote strictu sensu, por isso seria mais aconselhável entendermos que a cerimônia tem lugar perante o dirigente da reunião.

Em segundo lugar, afirma também que o sacerdote “abençoa” os nubentes, numa alusão clara ao fato de que aquela cerimônia corresponde claramente a uma bênção que é concedida aos noivos e é exatamente essa a função, uma vez que as entidades estarão ali presentes, vibrando favoravelmente e criando uma atmosfera de harmonia e de paz, dirigindo suas preces para que os noivos tenham firmeza para conduzir até o fim o compromisso que estão abraçando.

Em terceiro lugar, afirma que o casamento só é realizado quando os nubentes estão em plena concordância com as leis do país. Isso significa que não se podem referendar nos rituais de Umbanda, situações que não sejam legalmente admitidas. Implica, portanto, que não se farão cerimônias de casamento de pessoas ainda casadas civilmente, de pessoas do mesmo sexo, nem que se enquadre em qualquer das situações que o Código Civil elenca como impeditivas para o casamento.

Há que se observar ainda – e isso é muito importante – que, durante muito tempo, o casamento na Umbanda foi apenas uma cerimônia de casamento religioso, de modo que, aqueles que por ele optassem, deveriam fazer antes o seu casamento civil e depois se submeterem à cerimônia na Umbanda. Recentemente, contudo, começaram a ser celebrados em terreiros de umbanda casamentos com efeitos civis, a exemplo das igrejas tradicionais.

                                                             

 

                       

 

O Ritual Fúnebre

Em todas as religiões, em todas as culturas, sempre existiram rituais de passagem realizados quando da extinção da vida física. É o reconhecimento instintivo que o homem faz do papel da morte como elemento transformador da natureza e do próprio homem.

Na Umbanda não poderia ser diferente, tanto mais por se tratar de uma religião que compreende de modo mais abrangente a jornada que será empreendida pelo espírito em sua nova condição.

Por essa razão, é aconselhável que, tanto quanto possível, a pessoa que se encontre em seus últimos momentos possa receber o ofício religioso de um dirigente umbandista que lhe possa aplicar um passe, dizer-lhe palavras de alento, pronunciar com ela uma prece e clamar o auxílio dos mentores a recebê-la, ampará-la e guiá-la em seus primeiros momentos de retorno à pátria espiritual. É o correspondente à extrema unção.

Se, contudo, isso não for possível, é aconselhável que o ofício religioso seja ministrado durante o velório. Sobre isso, nos diz Omolubá:

“A cerimônia de extrema unção poderá ser efetuada nos últimos instantes da guarda do corpo físico na cova.

Cabe ao sacerdote dizer algumas palavras acerca da nova jornada que aquele espírito tem a realizar. As palavras então ditas pelo sacerdote devem ser confortantes, capazes de emprestar um envolvimento aos que lhe ouvem, trazendo paz e compreensão da Lei imutável a que todos nós estamos sujeitos, Nascimento e Morte.

É comum a prece de 7, 14 ou 21 dias no terreiro.

Na extrema-unção é facultativo o entoar de cânticos às Almas e aos Orixás. (OMOLUBÁ, 2004: p. 106)

Em última análise, o  ritual fúnebre é equiparável a um gesto de caridade, quando se vai oferecer um conforto espiritual a quem não há mais nada que possa ser oferecido. A presença dos mentores nesse momento se presta a auxiliar no trabalho de desenlace, de quebra dos últimos liames energéticos que ainda prendem o espírito à matéria, a fim de facilitar a libertação do espírito.

Esses são, portanto, os rituais mais comuns e costumeiros dentro da prática umbandista. Muitos outros ainda são levados a efeito em nome da Umbanda, mas há os que são desnecessários e inclusive aqueles que fogem completamente aos domínios da filosofia umbandista, estando mais afeitos aos ritos de nação ou a outras tendências religiosas.

 

                       

 

A Camarinha de Umbanda.

As Camarinhas na Umbanda são Rituais Iniciáticos que têm como fundamento prático, o Desenvolvimento Mediúnico, Religioso, Doutrinário e Ritualístico, para que o neófito possa adquirir conhecimento e prática de todos os fundamentos praticados na Umbanda.

No seguimento da Tradição Afro,  a Umbanda  consagra também ritualisticamente os neófitos, com Camarinhas de Obori ou Borização, que é o Assentamento Maior das Entidades no Médium, para que os mesmo se possam fortificar e evoluir ritualisticamente. Além de outros Rituais necessários ao Desenvolvimento Mediúnico , Ritualístico e Doutrinário dos neófitos.

São Camarinhas que têm uma duração de 3 ou 7 dias, isso de acordo com o Dirigente Espiritual ou de acordo com os rituais necessários.

                                                           

 

                       

 

Defumador

Desde os tempos imemoriais, dos homens das cavernas, que a queima de ervas e resinas é atribuída a possibilidade da modificação ambiental, através da mesma. Na Umbanda, como em outras religiões, seitas e dogmas, usam-se também desse expediente, ao qual chamamos de Defumador, que tem a função precípua de equilibrar o ambiente de trabalho de acordo com a necessidade. O defumador pode ser de três tipos, à saber:

  • Mantenedor do equilíbrio
  • Positivador do equilíbrio
  • Negativador do equilíbrio

 

Mantenedor do equilíbrio: tem por finalidade reforçar o equilíbrio já existente no ambiente, e para tal serão usadas as seguintes essências: Incenso, Benjoim e Mirra.

Positivador do equilíbrio: tem por finalidade reforçar a parte positiva, para equilibrar as negativações, principalmente se existirem assistentes externos à corrente fraterna, e para tal serão usadas as seguintes essências: Alecrim, Incenso e Benjoim.

Negativador de equilíbrio: tem por finalidade negativar totalmente o ambiente, reforçando a parte negativa. Por motivos de segurança, e para evitar que um leitor se quede a fazê-lo, deixamos propositadamente de dar as essências necessárias, o que só poderá ser ministrado a alguns, e escolhidos a dedo.

NOTA: Nos defumadores acima descritos, poderão ser adicionadas conforme a intenção, ervas dos ORIXÁS, porém, para que possam realmente surtir o efeito descrito, deverão manter no cerne, as essências preconizadas, para cada necessidade.

                                                               

 

                       

 

Obrigação

É a confecção de um ponto de atração e ligação entre um ser encarnado e uma Força Superior (um Orixá). Na Umbanda essas ditas Obrigações são preparadas com elementos naturais, fazendo desta forma uma alquimia, tal que, determina a Freqüência do Orixá desejado.

Qual é a melhor forma de determinar esta dita freqüência?

Pelo conhecimento detalhado de cada Orixá, a sua força, seu atributo, seu Oti (bebida), suas ervas, seu Amalá (comida), chegaremos a um determinado modo de fazer este Orixá vibrar.

As Obrigações se dividem em: 

  • Feitura do Santo
  • Reforço do Santo
  • Emergenciais

 

As obrigações da feitura e do reforço são idênticas, já nas emergenciais, mudam de aspecto.

As obrigações da Feitura de Santo, como o próprio termo está dizendo, são preparadas e entregues quando o filho é feito no Santo, só e exclusivamente nesta ocasião. Pelo menos uma vez ao ano, na data dos Orixás, o filho deverá fazer um reforço das obrigações de feitura.

As emergenciais só deverão ser usadas em casos realmente de emergência (caso de uso de anestésicos em operações, assédios espirituais e possessões) e com a aquiescência e anuência de uma Coroa Maior.

As Obrigações na Umbanda devem ser feitas na seguinte ordem após o Amaci, o Batismo e a Confirmação:

Obrigação de Exu com o fito de resguardo do filho de ataque de inimigos esporádicos.

Após a de Exú, deverão ser feitas as obrigações dos demais Orixás (quer masculinos, quer femininos) exceto os do Eledá (Pai e Mãe de cabeça) que ficarão por último e que serão efetuados quando da feitura da pré-camarinha, nos filhos que não terão comando de terreiro e na Camarinha aos que se destinam serem Chefes de Terreiros (Babalorixás). Por terem os filhos de terreiro feito as obrigações de feitura (exceto a do Eledá), é que se torna imprescindível o reforço anual das obrigações já efetuadas. Quanto ao Eledá, fica inteiramente à critério de cada filho fazer-lhes um AGRADO a contento.

A condição de ter o filho feito obrigações para os diversos Orixás do Panteon durante a sua feitura não determina necessariamente que tenha guias (colares) destes ditos Orixás. Esses colares devem ser pedidos pelas Entidades trabalhadoras e responsáveis durante o tempo da espera da Pré-camarinha ou Camarinha, porém, a cada guia nova corresponde a um novo reforço.

 

                       

 

Preceitos

Como em todo e qualquer dogma, a Umbanda também faz uso de preceitos específicos e predeterminados. Na Umbanda os preceitos são abstenções voluntárias em benefício da positivação ou negativação de cada um, e se dividem em 3 grupos distintos, à saber:

  • Primordial
  • Opcional
  • Ocasional

 

PRIMORDIAL: é o preceito indispensável a todos os médiuns sem exceção como preparativo para os trabalhos mediúnicos nas sessões de terreiro, e se dividem em 7 itens:

  1. Isenção de sexo, pelo menos 8 horas antes do início dos trabalhos mediúnicos.
  2. Isenção de ingestão de produto animal que dependa do sacrifício do mesmo, inclusive peixes, isenção esta a partir de 24 horas antes do trabalho mediúnico.
  3. Isenção nas 12 horas anteriores ao trabalho mediúnico, de maus pensamentos (ódio, orgulho, inveja, vaidade).
  4. Uso de roupa apropriada e predeterminada para o trabalho mediúnico.
  5. Banho de descarga, conforme determinado a cada um.
  6. Pontualidade ao início da corrente fraterna.
  7. Entregar-se ao trabalho espiritual sem a preocupação com a hora do término do mesmo.

OPCIONAL: é o preceito que, em adendo ao primordial, é determinado pelo Orientador Espiritual ou pelo Chefe do terreiro, para determinados médiuns:

  1. Isenção de produtos animais, mesmo que não dependam do sacrifício dos mesmos. Exemplo: manteiga, queijo, ovos, leite, etc.
  2. Banhos de descarga especiais e específicos.
  3. Firmeza extraordinária do Anjo de Guarda.

OCASIONAL: é o preceito de emergência, o que é praticado em caso de emergência, quando necessário ao trabalho mediúnico, fora da corrente fraterna.

  1. Firmar os Anjos de Guarda; o seu e da pessoa a ser atendida.
  2. Exigir no local o mais absoluto silêncio e concentração.
  3. Pedir licença e salvar o Orixá TEMPO.
  4. Mentalizar o Divino Nazareno, invocando à Ele a permissão do trabalho sem os preceitos normais e rogando-lhe o auxílio do Astral Superior.

Independente de todos estes preceitos, todo médium deve abster-se durante o trabalho mediúnico de jóias, bijuterias, objetos metálicos e dinheiro; enfim o médium deve procurar estar o mais puro possível para ingressar na corrente fraterna.

 

                       

 

Cruzamento com Pemba

O Cruzamento com Pemba é um ritual utilizado na Umbanda para melhor proteção dos médiuns que já contam com uma incorporação definida, e que por esta razão tomam também parte ativa em descargas fluídicas negativas. Em todas as Nações que praticam a Umbanda, não é permitido a um médium de incorporação, iniciar o seu trabalho sem que antes para isso, não houvesse se cruzado.

O Cruzamento deve ser feito da seguinte forma: segurando a pemba com a mão direita, fazer uma cruz na fronte, depois cruzar a palma da mão esquerda e descendo, cruzar também o peito do pé direito. Após isto, passar a pemba para a mão esquerda e com ela fazer uma cruz na nuca, depois cruzar a palma da mão direita e descendo cruzar o peito do pé esquerdo.

 

                       

 

O Amaci

O amaci é um ritual realizado pelos médiuns de Umbanda com o objetivo de fixar as energias dos mentores diretos no chacra coronário do médium que a ele se está submetendo.

É um procedimento de grande importância, porque sua realização favorece a sintonia do médium com as entidades que trabalham através dele.

Difere dos banhos de fixação por três razões distintas: em primeiro lugar, o amaci não é exatamente um banho, mas uma lavagem de cabeça. Em segundo lugar, nos banhos de fixação as ervas são fervidas na água que será utilizado para o banho, enquanto que no amaci as ervas são maceradas e misturadas à água que irá servir para lavar a cabeça do médium. Em terceiro lugar, os banhos de fixação são tomados em casa, enquanto que o amaci deve ser feito exclusivamente no terreiro, sob a vibração de uma corrente mediúnica e comandado pelo dirigente do terreiro, incorporado ou não.

O amaci deve ser considerado como uma obrigação e não é feito com a freqüência com que são tomados os banhos de fixação, sendo que cada casa adota uma freqüência própria para a realização de seus amacis, sendo a mais comum a anual.

Também deve ser levado em consideração que o amaci geralmente é aplicado em médiuns que se encontrem num estágio mais avançado em relação ao desenvolvimento de sua mediunidade e que já conheça seus guias, sendo certo que o ritual é realizado de forma específica, com ervas diferentes para cada orixá.

O médium seleciona sete ervas e as colhe. Depois elas são colocadas dentro de um pilão grande e maceradas lentamente para que desprendam seu sumo. Enquanto se vai macerando, vai-se colocando um pouco de água de cachoeira, ou, na falta dessa, água mineral. Coloca-se também um pouco de álcool, para auxiliar no processo de extração do sumo. Ao final, enche-se o pilão todo com água, até completar algo como uma bacia. Após isso, coa-se todo o conteúdo em um pano, para que apenas a água com o sumo fique. O bagaço das ervas deve ser jogado em um jardim, a fim de que retorne à natureza.

Feito isso, diante do gongá, sob a vibração da corrente, a cabeça do médium é lavada com aquela água, a fim de que as energias emanadas das ervas maceradas se assentem em seu chacra coronário.

É, na verdade, um ritual muito importante, onde o trabalho do médium se restringe à coleta e à maceração de suas ervas. Todo o trabalho de fixação das energias é realizado pelas entidades, durante o ritual, razão pela qual se exige que o mesmo seja realizado no terreiro, pois envolve manipulação de energias que necessitam de ambiente preparado, com a devida canalização de forças determinada pelos assentamentos da casa e pela vibração da corrente mediúnica.

Não cabe ao médium dizer quando deseja fazer um amaci. Essa necessidade será determinada pelo próprio guia que, incorporado, solicitará ao dirigente da casa a realização da obrigação. Isso, contudo, varia de centro para centro, pois em muitas casas se adota a sistemática de o dirigente determinar quando cada pessoa deverá realizar o amaci, e ainda há situações em que a realização do ritual obedece a calendário pré-determinado, caso em que, numa determinada época do ano a instituição realiza uma cerimônia coletiva na qual todos os médiuns em condições são submetidos ao amaci.